Visitar
pessoas que nos fazem sentir bem, realmente nos faz bem. Visitar um
amigo doente no hospital lhe traz esperança, o faz perceber que
alguém torce pela sua recuperação. Visitar os pais depois de muito
tempo longe, deixar a saudade de lado e aproveitar cada minuto
daquele momento, renova as forças, reanima o coração. Visitar a
pessoa que ama depois de terem brigado feio, multiplica o amor. Rever
os parentes, abraçar os amigos, dar um beijão nas pessoas mais
amáveis, são coisas que acontecem com força total quando
esquecemos a saudade. Quando fazemos uma visita. Porém, visitar um
amigo estirado dentro de um caixão preto, iluminado pela fraca e
incandescente luz das velas, vigiado pela cruz, remido pelas
lágrimas, aguado pelo silêncio, encharcado de dor, de perdas,
azucrinado pela consciência, que força o espírito a despedir-se de
se mesmo, envolvido pelo preto do luto, expedido na solidão e
encaixotado pela madeira claustrofóbica de um caixão tosco, causa
tristeza profunda no indivíduo mais contente. Não é a morte que
traz tristeza e sim a saudade antecipada, a saudade que não passa
nem mesmo quando se visitar, o caixão, o túmulo, as lembranças.
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